Cor meum tibis offero Domini prompte et sincere

SOLA SCRIPTURA SOLA GRATIA SOLA FIDE SOLUS CHRISTUS SOLI DEO GLORIA

sábado, 16 de outubro de 2010

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Indicação de Livro

QUANDO AS PESSOAS SÃO GRANDES E DEUS É PEQUENO






Editora: Batista Regular

Autor: Ed Welch



Hoje em dia muito se fala sobre Pressão do Grupo, Codependência, Bulying, Baixa autoestima, etc. Mas, em geral, toda essa literatura traz uma abordagem secular e destituída de Deus e dos valores bíblico, portanto, ela não consegue chegar ao centro da questão, não consegue ser profunda, trazendo sempre uma abordagem que às vezes é até útil, mas por demais superficial. Neste livro o Presbítero Edward Welch traz uma abordagem bíblica para os problemas citados, chegando com profundidade ao âmago do problema e trazendo uma solução bíblica para esses males que têm assolado grande parte da população. Um livro que traz esperança, profundidade e renovo para aqueles que lutam contra o temor dos homens. Realmente inspirador.



Pr. Carlos

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Para Calvino, a eleição divina independe até mesmo da fé


Para Calvino, a eleição divina independe até mesmo da fé



Traduzida para o português em dois tomos, A instituição da religião cristã possuía estilo próprio, diferente daquele marcante nas obras de Teologia da Idade Média, acentua Carlos Eduardo de Oliveira



Por: Márcia Junges



“A Instituição da religião cristã é uma obra apologética composta por um estilo próprio, profundamente diverso daquele que marcou as principais obras teológicas da Idade Média. Como pano de fundo de seu trabalho, Calvino apoia-se, sobretudo, na sucessão de citações de várias passagens das Escrituras retoricamente apoiadas, principalmente, pela explanação de textos patrísticos”. A afirmação é do filósofo Carlos Eduardo Oliveira, na entrevista que concedeu, por e-mail, à IHU On-Line. Um dos tradutores de A instituição da religião cristã (São Paulo: Editora UNESP, 2008, Tomo I, Livros I e II), junto dos pesquisadores José Carlos Estêvão, Ilunga Kabebgele, Elaine Cristine Sartorelli e Omayr José de Moraes Júnior, ele diz que, quanto ao conteúdo dessa obra, “o adversário é facilmente identificado: os abusos da Igreja de sua época, apontados por Calvino como uma decorrência do mau uso e compreensão da tradição cristã nos quais amplamente teria incorrido a ‘escolástica’”. O pesquisador fala, ainda, sobre a força conferida à teologia de Calvino através da obra de Max Weber, A ética protestante e o espírito do capitalismo. “Muito mal resumidamente, poderíamos dizer que Weber defende que os calvinistas acabaram em algum momento por identificar o sucesso econômico como um sinal da eleição divina, e que isto teria, de algum modo, contribuído na história da evolução do capitalismo”. As proximidades e diferenças entre Calvino e Ockham são outro tema dessa entrevista.


Graduado em Filosofia pelas Faculdades Associadas do Ipiranga, é mestre e doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP) com a tese A Realidade e seus Signos: as proposições sobre o futuro contingente e a predestinação divina na lógica de Guilherme de Ockham. É professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) no Centro de Educação e Ciências Humanas.


Confira a entrevista.


IHU On-Line - Quais foram os principais desafios em traduzir A instituição da religião cristã , de Calvino?


Carlos Eduardo Oliveira - Quando nos foi proposta, a tradução da Instituição da Religião Cristã de João Calvino não foi nada menos que uma boa provocação. Atendendo a uma solicitação que, embora curiosamente tenha partido de fora da Universidade, dizia respeito a um texto de reconhecida importância na academia, a editora da Unesp apresentou o pedido de que fosse feita a tradução desta obra de Calvino tendo em vista algo que contemplasse tanto as exigências próprias de um trabalho acadêmico como o possível delineamento de um projeto um pouco mais ambicioso. Por um lado, a proposta da editora era a de que fosse levada a cabo uma nova tradução que pudesse ser apresentada não apenas como legível ou correta – uma vez que já havia em português uma tradução para este livro –, mas como um trabalho que também levasse em conta a tecnicidade do vocabulário empregado pelo autor bem como o seu referencial teórico. Concomitantemente, propunha-se a tarefa de tentar reunir, a partir desta tradução, um conjunto de tradutores que, depois, pudessem ser envolvidos em outros projetos de tradução de textos latinos relevantes tanto para a área de filosofia como de humanidades em geral.


O responsável por reunir as pessoas que poderiam corresponder a este perfil foi o professor José Carlos Estêvão, professor de História da Filosofia Medieval no Departamento de Filosofia da USP. Além de montar a equipe de tradutores e ele próprio contribuir ativamente na tradução do primeiro dos dois volumes do texto de Calvino, publicados pela editora da Unesp (equivalentes aos livros I e II da “Instituição”), ele foi também o principal revisor e assessor para as questões técnicas e propriamente teóricas do texto apresentado neste tomo. Assim, no final, o primeiro volume da tradução acabou sendo feito por uma equipe que mesclou tanto especialistas em filosofia medieval (o próprio professor Estevão e eu) como contou com a colaboração de especialistas em língua latina, como o professor Ilunga Kabengele, especialista em letras clássicas (latim). Outro ponto interessante foi a preocupação de agregar novos formandos que poderiam vir a se dedicar a este tipo de trabalho, donde a colaboração de alguns alunos do curso de letras da USP na realização das versões iniciais da tradução. Num segundo momento, encarregou-se da tradução do segundo tomo da “Instituição” (correspondente aos livros III e IV) a professora Elaine Cristine Sartorelli, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da USP, com a colaboração de Omayr José de Moraes Júnior.


Desafios da tradução


Falando propriamente dos desafios de realizar esta tradução, vale a pena mencionar alguns dos percalços que ladearam a constituição da primeira equipe acima mencionada. Basicamente, seja ela feita a partir de uma língua clássica, como é o caso do latim, seja ela a tradução de um texto escrito numa língua moderna, importa bastante para a realização de uma tradução de qualquer texto filosófico não só, como é óbvio, um bom conhecimento da língua original, mas também certa fidelidade na reprodução das escolhas do autor por certas palavras e expressões, mesmo quando isso possa vir a ser finalmente visto, tanto em matéria de tradução como de redação, como estilisticamente pouco recomendável.


Um exemplo para que isso possa ser mais facilmente compreendido é o expediente, às vezes, empregado pelo autor da repetição seguida de certas palavras. Uma das tentações do tradutor, preocupado inclusive com uma melhor fluência da versão por ele elaborada, é o emprego de sinônimos. E isso, é claro, não acontece somente quando as repetições são manifestas. É obviamente ainda mais fácil ocorrer o emprego de termos sinônimos para traduzir uma mesma palavra ou expressão, especialmente quando esta repetição não é tão evidente assim. Ora, o grande problema por trás destas opções, seja para o tradutor, seja para o autor, é que o emprego, seja reiterado ou não, de uma mesma palavra pode não significar simplesmente uma (boa ou má) escolha estilística, mas a própria construção de um conceito.


Perceber quando este é o caso é fundamental para qualquer pessoa que se propõe a traduzir um texto acadêmico, o que faz com que se espere da tradução não apenas um bom trabalho de versão, mas inclusive, e, principalmente, uma tradução que tenha por base um bom trabalho de interpretação, que seja o máximo possível fiel às ideias do próprio autor. Assim, a má compreensão do argumento que está sendo traçado ou do horizonte teórico a partir do qual o texto está sendo escrito são ameaças constantes à realização da tradução, e os motivos mais frequentes de um possível insucesso. É nesse sentido que não é nada despropositado o ditado de que todo tradutor não é senão um traidor...


Demandas acadêmica e comercial


No caso de Calvino, especificamente, foi preciso, além disso, que aprendêssemos quando seus textos faziam referência a uma certa tradição de debates, fato nem sempre evidente. Basta lembrar que muito da argumentação de Calvino busca seu apoio em textos patrísticos, especialmente os textos de Agostinho de Hipona, autor que possui um estilo próprio baseado principalmente numa filosofia de caráter platônico. Com o apoio destes textos, Calvino busca construir uma argumentação que apareça como uma sorte de contraposição ao modo de argumentar próprio daqueles que, seguindo sua própria esteira, podemos vagamente chamar de “escolásticos”, autores que, por sua vez, eram claramente devedores da tradição aristotélica. Sendo assim, ainda mais quando se trata de um texto volumoso como o traduzido, fica claro que a principal dificuldade a ser superada e uma das coisas que dificilmente podem ser negociadas é o espaço de tempo requerido para a realização de uma tradução como a proposta. E quanto a esse aspecto, no final foi forçoso constatar que, mesmo em se tratando de uma editora universitária, infelizmente o tempo visado ainda não consegue deixar de estar completamente vinculado ao tempo do financiamento externo e da suposta “oportunidade” editorial, no mais nem sempre conseguindo escapar de não se deixar reduzir a muito mais do que a uma promissora carta de boas intenções.


Por fim, não é possível deixar de mencionar que a versão da tradução por nós entregue passou ainda por uma revisão independente e, por vezes, desavisada das opções tomadas, alterando tanto a tradução de termos técnicos quanto substituindo por traduções correntes da Bíblia trechos em que a própria citação de Calvino não segue exatamente a Vulgata... Assim, é um pouco como o resultado espremido entre o que é exigido por essas duas demandas, a saber, a acadêmica e, digamos assim, a “comercial”, que aparece a presente tradução.


IHU On-Line - Quais são as principais peculiaridades dessa obra?


Carlos Eduardo Oliveira - A Instituição da Religião Cristã é uma obra apologética composta com um estilo próprio, profundamente diverso daquele que marcou as principais obras teológicas da Idade Média. Como pano de fundo de seu trabalho, Calvino apoia-se, sobretudo, na sucessão de citações de várias passagens das Escrituras retoricamente apoiadas, principalmente, pela explanação de textos patrísticos. Por outro lado, apesar de sua declarada contrariedade para com a filosofia “escolástica”, quando conveniente, Calvino não se furta nem mesmo a retomar alguns dos principais tópicos discutidos na teologia medieval. Mas sem abandonar seu estilo polêmico, Calvino parece frequentemente preferir a força da retórica aos recursos argumentativos, desenvolvidos na esteira da aproximação medieval da teologia com a filosofia aristotélica. Quanto ao seu conteúdo, o adversário é facilmente identificado: os abusos da Igreja de sua época, apontados por Calvino como uma decorrência do mau uso e compreensão da tradição cristã nos quais amplamente teria incorrido a “escolástica”. Inicialmente não mais que um pequeno catecismo, as várias versões da obra certamente conferiram à Instituição o lugar de uma das mais abrangentes e importantes obras de teologia do século XVI.


IHU On-Line - Por que essa obra é considerada um dos tratados teológicos mais influentes da história do cristianismo?


Carlos Eduardo Oliveira - Antes de tudo, é preciso ter cuidado com os superlativos para não confundir a justa menção à real importância de uma obra com o mero proselitismo, seja ele de cunho religioso ou não. Isto observado, é inconteste a importância e a influência exercida pelo pensamento de Calvino na história da Reforma, principalmente na formulação dos diversos tipos de protestantismo que puderam de algum modo ser abarcados sob o rótulo de “calvinismo”.


Embora eu utilize aqui, frequentemente, o adjetivo “calvinista” indicando aquilo que é próprio à obra do próprio Calvino, especialmente a Instituição, sabe-se que nem tudo o que é classificado sob este rótulo e o de “calvinismo” pode ser tomado como a exata expressão daquilo que propôs Calvino. Neste sentido, talvez fosse melhor chamarmos de “calviniano” aquilo que entendemos dizer respeito diretamente às propostas do próprio Calvino. Mas, ainda assim, se for possível afirmar que as várias espécies de calvinismo tenham (ao menos enquanto pretensão) suas raízes no pensamento do próprio Calvino, já teríamos nisto um bom sinal indicativo da força e da importância da obra, digamos desta vez, calviniana. Mas, para além de sua fortuna crítica dentro da história da própria Reforma, o protestantismo calvinista e a teologia de Calvino ganham nova força na atualidade através da obra de Max Weber, que, em seu livro A ética protestante e o espírito do capitalismo, defende a existência de uma ligação entre o sucesso do capitalismo moderno e as bases da ética calvinista, cujos princípios são elencados por Weber com base principalmente no texto da Confissão de Westminster.


Predestinação e sucesso econômico


É também através desta obra de Weber que a teoria calvinista da predestinação ganha nova força e reaparece como objeto de grande interesse mesmo fora da esfera protestante. Muito mal resumidamente, poderíamos dizer que Weber defende que os calvinistas acabaram em algum momento por identificar o sucesso econômico como um sinal da eleição divina, e que isto teria de algum modo contribuído na história da evolução do capitalismo. É certo que hoje já há quem defenda que aquilo que Weber havia proposto como próprio da ética calvinista não teria senão uma pálida relação de familiaridade com o calvinianismo original. Seja ou não assim, permanece o fato de que não há como negar a extensão da fortuna seja de Calvino, seja dos diversos “calvinismos”. Agora, que estes elementos sejam suficientes para fazer da Instituição a obra mais influente da história do cristianismo parece ser já uma outra conversa...


IHU On-Line - De que forma a teologia calvinista dialoga com a tradição cristã, em especial com Agostinho e Tomás de Aquino, por exemplo?


Carlos Eduardo Oliveira - Basta dar uma rápida passada de olhos na introdução que Calvino escreve para a Instituição, especialmente na carta ao rei Francisco I, para perceber o quão Calvino quer apresentar-se consoante ao espírito da mais primitiva Igreja cristã. Para isso, afirma estar imediatamente alinhado ao que seria próprio dos ensinamentos que ele reclama serem seguidos diretamente dos Pais da Igreja, afastando suas conclusões do que entende ser uma má apropriação feita destes ensinamentos pela Igreja de sua época. De fato, grande parte do que é defendido por Calvino aparece, em última análise, apresentado como apoiado na doutrina de Agostinho, Pai da Igreja a quem Calvino presta grande deferência, preferindo-o a qualquer outro. Para a evidência disso, basta lembrar a elaboração da doutrina da predestinação de Calvino, insistentemente por ele apresentada como lastreada obviamente pelas Escrituras e pelas conclusões da doutrina agostiniana. No que diz respeito a Tomás de Aquino, apesar da declarada antipatia de Calvino pelos escolásticos, a relação equilibra-se entre a crítica e o manejo de algumas de suas teses. Mesmo que Tomás não guarde no pensamento calvinista nem de longe o mesmo estatuto conferido a Agostinho e aos demais Pais da Igreja, Calvino não esconde que encontra, no Aquinate, algumas boas distinções, como é possível constatar em sua exposição sobre a lei moral. Aliás, é importante reconhecer aqui que a crítica de Calvino aos escolásticos não é cega, como comprova o trecho que encerra o capítulo XVI do primeiro livro: “[...] Por isso vemos, novamente, serem inventadas nas escolas, não sem propósito, distinções entre a necessidade segundo algo [secundum quid] e a necessidade absoluta, assim como entre a necessidade do consequente e a da consequência [...]”.


IHU On-Line - Como especialista em Ockham, você percebe similaridades na forma como esse pensador e Calvino concebiam a predestinação?


Carlos Eduardo Oliveira - Não é novidade para a literatura especializada a indicação de uma pretensa relação entre o que propõe Calvino e certo “nominalismo” de verve ockhamiana, ou mesmo entre Ockham e a Reforma em geral. Mas, pelo menos no caso de Calvino, esta relação parece ser muito tênue, senão inexistente. Para não ignorá-las sem mais, talvez seja prudente considerar se tais aproximações não teriam seguido um raciocínio semelhante ao proposto por Etienne Gilson, que, ao falar sobre Ockham, aponta ser preciso notar que a crítica ockhamiana à “filosofia escolástica” foi capaz de provocar a ruína desta filosofia muito antes da constituição da filosofia moderna. Assim, se encarado como um crítico do aristotelismo, ou, ao menos, de certa tradição interpretativa do aristotelismo própria àquilo que se chama vagamente de escolástica, talvez de fato seja possível ver alguma aproximação entre Ockham e Calvino. Mas, para além desse quadro muito geral e, por isso mesmo, provavelmente falho, o que há de concreto entre Calvino e a filosofia ockhamiana não parece ir além de uma relação de profunda antipatia. As poucas referências feitas a Ockham por Calvino no segundo livro da “Instituição” são sempre negativas, não fazendo mais do que desqualificar como “vulgares” as propostas ockhamianas.


A predestinação em Ockham e Calvino


No que diz respeito precisamente ao tema da predestinação, a preocupação de Ockham parece, de fato, completamente distinta daquela proposta por Calvino. Ockham, que dedicou até mesmo um Tratado ao assunto, o Tratado da Predestinação, parecia ter em vista não mais do que a tentativa de mostrar o quanto aquilo que, segundo sua interpretação, a fé propunha sobre a predestinação de fato se afastava das teses que Ockham entendia serem as de Aristóteles. E no que poderia ser visto como um motivo de grande contrariedade para qualquer espírito calvinista, a resposta ockhamiana será que Aristóteles e a fé divergem muito pouco. A maioria das aparentes diferenças entre o discurso religioso e o filosófico não passariam, em última instância, de diferenças semânticas. No fim das contas, Ockham defenderá que apenas seria possível apontar uma única diferença real entre o que, na sua interpretação, é defendido por Aristóteles e o que é defendido pela fé: a certeza aristotélica de que Deus nada poderia conhecer certeiramente a respeito do futuro contingente. Mas mesmo aqui Ockham deu o crédito para Aristóteles: em sua opinião, de fato é impossível que compreendamos racionalmente o modo pelo qual Deus é capaz de ter tal conhecimento. Nada mais próximo de Calvino e, ao mesmo tempo, nada mais anticalvinista.


Eleição divina independe até mesmo da fé


No que diz respeito ao aspecto estritamente teológico da questão, para Ockham, tal como depois também defenderá Calvino, aquilo que faz o homem absolutamente não pode ser considerado como uma causa para a sua salvação ou condenação, no sentido de que podemos entender por isso que as ações do homem de certo modo “obrigariam” Deus a salvá-lo ou a condená-lo. Mas para Ockham, Deus claramente escolhe salvar aqueles que são finalmente justificados pela graça e condenar aqueles que morrem em impenitência final, uma vez que, como reza o adágio proposto por Agostinho, “Deus não se vinga antes que alguém seja pecador, do mesmo modo que não recompensa antes que alguém seja justificado pela graça”. Uma única possibilidade de exceção a esta regra é considerada por Ockham no caso da Bem-aventurada Virgem e dos anjos bons, que poderiam ter sido predestinados antes mesmo que fossem merecedores da predestinação. Mas Ockham nem mesmo leva o assunto adiante, dizendo tratar-se de um caso sobre o qual não é possível arriscar nenhum palpite. Provavelmente, não por outra razão senão pelo próprio fato de Deus não ter-nos revelado o que realmente se deu...


Assim, de seu lado, Calvino provavelmente concordaria com Ockham enquanto ele diz que é impossível conhecermos a vontade divina. Mas sua compreensão deste ponto se dá de um modo muito diferente daquele que é defendido por Ockham. Transformando em regra aquilo que em Ockham não aparece senão em tese e como um possível caso de exceção, Calvino defenderá que a eleição divina seja absolutamente, independentemente de qualquer coisa feita por parte do homem. Para Calvino, a eleição divina independe até mesmo da fé.


Desígnios divinos insondáveis


Portanto, de acordo com Calvino, cabe somente ao desígnio divino – que para nós continua, no mais, insondável – salvar ou condenar a alguém. E ele avança ainda um pouco mais a esse respeito: ao eleger alguém para a salvação, Deus confere a ele seu espírito de sabedoria, dando-lhe a conhecer a revelação cristã. O condenado, porém, seria privado por Deus da graça de seu espírito como sinal de sua condenação. Ainda a esse respeito, Calvino não hesita afirmar que seja certo que aqueles que se afastam do Cristo perecerão, e que é certo que aqueles que se afastam de Cristo o fazem porque a eles não foi conferido o espírito divino. Ao propor tais teses, Calvino não faz mais do que reafirmar sua profunda crença na absoluta liberdade divina. No entanto, este modo pelo qual Calvino confessa esta sua crença parece não fazer mais do que lhe trazer alguns problemas que podem, ao final, se mostrar até mesmo insolúveis.


Ainda que os desígnios divinos permaneçam insondáveis, para Calvino é certo que o homem, principalmente aquele que é conhecedor da revelação cristã, deve se mostrar grato pela graça que lhe foi dada e se mostrar desejoso de que, uma vez conhecedor do Cristo, ele também seja um dentre os eleitos. Mas, se de um lado Calvino alerta que esta esperança não pode ser convertida em soberba através de uma falsa “certeza” da salvação, por outro lado, seus argumentos não são suficientemente claros para que se entenda de fato como este reconhecimento que o homem tem para com seu salvador poderia ser muito mais do que uma consequência de sua eleição. Embora refutada por alguns calvinistas como não expressando senão uma má caricatura daquilo que é defendido por Calvino, ainda parece válida uma velha objeção já muitas vezes levantada contra o pensamento de Calvino a respeito da relevância de qualquer ação humana. Por um lado, dado que a eleição de qualquer homem seja absolutamente independente de qualquer coisa que ele faça, não se vê muito bem a razão da insistência de Calvino na importância de o homem mostrar-se reconhecido a Deus pela graça da salvação. Afinal, se ao eleito é dado o espírito divino e a falta de tal reconhecimento não seria senão a expressão da não eleição, parece impossível para aquele que Deus escolheu não ter tal reconhecimento. Por outro lado, como dito, na contramão do que acontece para com os eleitos, o afastamento do condenado não é senão uma das consequências de sua não eleição, uma vez que ele está privado do espírito divino que propicia a adequada compreensão da revelação cristã. Sendo tal afastamento não mais do que um dos sintomas de sua não eleição, como Calvino ainda pode sustentar, na esteira de Agostinho, que o homem escolhe livremente agir mal, uma vez que o livre-arbítrio não poderia ser negado a fim de justificar o pecado? Desafortunadamente, a resposta de Calvino para esta questão não vai além de um dogmatismo esmagador: “se certas línguas desenfreadas vomitam seu veneno contra isto, não nos envergonhemos de exclamar: « ó homem! Quem és tu, para que alterques com Deus? » (Rm 9, 20). Porque Agostinho diz muito bem que aqueles que medem a justiça de Deus pela dos homens agem muito mal”. Aqui, fica evidente que o que Calvino tem reconhecidamente de melhor parece poder lhe servir também de problema: embora claramente um excelente polemista e retórico, de fato a leitura de seus textos, frequentemente, dá a impressão ao leitor de que ele tenha preferido a boa prosa a uma melhor estruturação dos argumentos propostos.



Extraído de: http://www.ihuonline.unisinos.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2964&secao=316


quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Missão Pastoral

Os pastores que usufruem maiores salários, especialmente, deveriam ser grandes na prática do bem. Dou-lhes, agora, apenas um exemplo. Há pastores que recebem bons salários de suas igrejas, e que não conseguem fazer um quarto do trabalho pastoral exigido. Sequer conseguem visitar pessoalmente metade de seu povo para sua instrução, pelo menos, uma vez por ano. Contentando-se com a pregação pública como se fosse tudo o que é necessário. Deixam quase todo o restante sem fazer, sob o risco da condenação de multidões, em vez de, recebendo pouco menos, permitir o sustendo de um ou dois pastores auxiliares, geralmente, trata-se de jovens inexperientes e não completamente qualificados para o trabalho; raramente são pastores aptos para cuidar do rebanho com fidelidade e diligencia, oferecendo a tão necessária instrução pessoal. O que significa tal situação, senão que há pastores que servem a si mesmos, vendendo a alma dos homens para salvar sua própria condição sócio-econômica? Tais pastores deveriam temer que, sendo aclamados pelos homens entre os mais excelentes pregadores e ministros piedosos, sejam vistos por Cristo como cruéis assassinos de almas - tendo os gritos das almas traídas a ressoar em seus ouvidos.

trecho extraído da Obra de Richard Baxter.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Does Christ Own Your Children? Rethinking a Reformed Defense for Infant Baptism By Rev. Tristan A. Emmanuel

baptism

 

           When Reformed Christians defend the practice of infant-baptism, we generally present a detailed delineation of covenant-theology. The problem, however, is that most evangelicals just don't know what the covenant is. They do not understand "covenant theology" and, therefore, our defense of infant-baptism based on the inner workings of the covenant generally sounds forced, contrived, and disjointed.

That's not to say that covenant arguments are useless. On the contrary, they are clear and definitive arguments: since Christ did not come to abolish the law but to restore it, the nature of the covenant and its administration has not changed in the slightest (Mt. 5:17). It was and still is a covenant of grace. Man comes into union with God by grace alone. This was the clear implication of God's calling of Abram from the land of Ur. God showered grace upon Abram and his entire family — including the male infant who was only eight days old. Since the covenant under the immediate administration of Christ is also of grace, our insistence that infants are still included in the new covenant, as they were in the old, is most fundamentally true.

Unfortunately, too many Christians no longer think in terms of covenant. Moreover, they tend to expect all theological answers to be as simple as pointing to a verse in the Bible, and express great suspicion with arguments that are more complex. Take for example the most common objection to infant-baptism: But show me a passage from the New Testament that commands it.

The Traditional Approach
A typical response to this objection is to rehearse a litany of covenantal evidence starting in Genesis with Abraham, Isaac and circumcision, following through to Malachi to show that for nearly two thousand years God had included infants in the covenant of grace. And the main reason for marshalling this evidence is to get our brethren to think seriously about the nature of the covenant. We want them to realize that God's covenant is not an individual thing — it is fundamentally corporate and familial. But we also want them to understand that that their dependence on a New Testament command is misleading. The issue isn't whether the New Testament explicitly commands the baptizing of infants; it is that the New Testament does not explicitly (or implicitly) forbid it. Had the exclusion of infants been mandated by the coming of Christ, not only would this have been a dramatic shift in covenant policy, but also God would have clearly revealed the change. However, He did not, so we cannot exclude them.

Notwithstanding, using a fully developed covenant argument to defend infant-baptism involves a total theological reorientation. Reorientation takes a great deal of effort, and, more specifically, time, for the critic to rethink every text he believes justifies "adult-believers-only" dogma. All of this is a dilemma for the covenantally-minded apologist.

The Lordship Approach
How does an apologist for the covenant unequivocally defend the Biblical necessity of infant-baptism, knowing that many evangelicals don't understand the covenant, and have been conditioned by an anti-intellectual American culture to expect answers to be as easy as sound-bite news? Answer: The Lordship of Christ.

Notwithstanding the effectiveness of a covenant argument, the most straightforward — dare I say the easiest — argument that justifies the Biblical necessity of infant-inclusion, is the fact that Christ is the Lord. Christ's Lordship makes infant-baptism an absolute necessity!

I realize that some may find this a little hard to swallow. But these are not bald assertions. Think about it: what is Lordship if it doesn't involve complete mastery over everything we are and own? If Christ is Lord, then He is the Lord over every square inch of our existence. If He is Lord, then we may not withhold anything from Him. If He is Lord, then He is Lord of our whole household. If He is Lord, then He is entitled to receive that which is most precious to us — our children. Obvious isn't it? To make it clearer, consider the relationship between Christ's sovereignty and baptism in the Great Commission.

Lord of the Nations
All Christians recognize the evangelistic imperative of the Great Commission: "All authority has been given to me in heaven and on earth. Go therefore and make disciples of all nations …" But many Christians, including Reformed Christians, have overlooked its connection to baptism and its implication for infants. This is unfortunate because the Great Commission not only establishes the evangelistic imperative, it teaches us that Christ has divine right to own and administer every nation on earth. In concrete terms this means that Christ has the divine prerogative to claim every individual, and every family in every nation.

Christ, the Second Person of the Trinity, has always owned the nations. He is, as Paul describes Him, the "firstborn" of creation (Col. 1:15). This is a title that established His legitimacy as the rightful heir of the world.1 However, in the time-space continuum, Christ did not directly rule over and administer the world. This task was delegated to another — Satan (Mt. 4:8; Lk. 4:5-6). The Bible speaks of Satan ruling the nations (Jn. 12:31; 16:11; Eph. 2:2). This is a difficult concept to appreciate. Nevertheless, the Bible teaches that the nations were held under the rule of Satan, until the coming of the rightful heir, Christ. Naturally Satan used and abused his authority to deceive the nations and cause them to rebel against God.

When Christ appeared in redemptive history, He was commissioned with a number of objectives: destroy the work of sin by atoning for the sins of the church, and loose the nations from the grip of Satan. Christ did just that. In coming as the rightful heir, Christ systematically began to destroy the work of Satan (Mt. 12:25-30; Lk. 11:20-23). On the cross He completely destroyed the judicial effects of sin, and He toppled Satan's regime, and consequently Satan's influence over the nations (Jn. 12:30-33; 16:11; Rev. 12:10). Christ's work throughout His earthly ministry, culminating on the cross, dethroned Satan.

Christ's defeat over sin and Satan merited not only the Father's favor, but also the Father's reward. And the Great Commission is the fulfilment of the Father's inheritance promise to Christ. From all eternity the Father promised the Son that He would grant Him direct authority to administer and enforce His direct reign over the inheritance.

I will declare the decree: The LORD has said to Me, "You are My Son, today I have begotten You. Ask of Me, and I will give You the nations for Your inheritance, and the ends of the earth for Your possession. You shall break them with a rod of iron; You shall dash them to pieces like a potter's vessel" (Ps. 2:7-9).

Discipleship of All Nations
The nations under Satan's administration were deceived, and they rebelled against God. With the coming of Christ, however, God placed His King, Christ, on the throne of the universe. Essentially, the Father fulfilled His vow when Christ arose from the grave and gave Him, the rightful heir, the deed to every nation under the sun. That didn't mean that every nation immediately became a Christian nation; it simply meant that Christ was given the right to rule directly over the inheritance. The nations had always been His, the difference now is that the nations are His to organize and administer directly into the kingdom.

In practical terms, the Great Commission is simply the undoing of Satan's work and influence over the nations. Under Satan the nations were deceived, and they rebelled. But under Christ they are being discipled to submit. Therefore, the Great Commission is Christ's policy of kingdom reconstruction. Christ is undoing the effects of Satan's reign by reconstituting every nation to reflect His policies. Christ accomplishes this through the church. Christ is marshalling His disciples forward in the task of breaking all rebel states with a "rod of iron" and "dashing them to pieces" with the gospel of the kingdom.

Naturally, this has bearing on infant-baptism. But to see the connection, we need to deal with the concept of "nation" in the Great Commission. What does Christ mean by nation? Is He referring to different groups of people, to various ethnic groups in the world? Or is it rather to geography; is He calling us to go to all the different places in the world and to make disciples there? What does He mean?

The underlying assumption for many is that Christ can't literally mean all nations, including every individual and family germane to a nation, because such a task would seem entirely implausible. The predominant belief is that Christ is simply commanding us to go and make disciples "out of" all the nations. There is a major problem, however, in that the text does not support such a view.

The text is emphatic: "Go therefore and make disciples of all nations." The wording is very specific and it categorically implies corporate-ness. Christ wants the nation as a corporate entity discipled. Moreover, He means to disciple all that makes a nation a nation. In other words, He wants to make disciples of the whole nation, including all people in the nation and all the essential cultural institutions that are unique to that nation (i.e., its civil government, judiciary, schools, religious institutions, etc.).2

Dr. Ken Gentry, author of The Greatness of the Great Commission, agrees. He states:

The term [that] Christ employed carries with it an important significance He calls for the discipling of "all the nations" (ethnos), involving men as individuals united together in all their social-cultural labors and relations.3

The aim of the Great Commission is to undo the influence of Satan in every facet of a nation's life. Put positively, the Great Commission seeks the comprehensive influence of Christ's sovereignty over every facet of a nation. Obviously, national institutions like supreme courts or civil governments can't be discipled in the strictest sense, only people can. Nevertheless, national institutions play a vital role in the social fabric of every nation because they are an expression of the will and passion of people, and so they must be subjected to the reign of Christ; after all, without people cultural institutions don't exist. Therefore, since Christ wants all people discipled in every nation, it is indicative that the social fabric of a nation must become completely permeated by the policies of Christ — the nations must be discipled. Matthew Henry puts it this way:

Christianity should be twisted in with national constitutions, …the kingdoms of the world should become Christ's kingdoms, and their kings the church's nursing fathers [we must] make the nations Christian nations Christ the Mediator is setting up a kingdom in the world, bring the nations to be his subjects.4

Discipleship Begins with Baptism
So far, all we've established is that Christ wants the nations of the world. But we still haven't answered the question of infant-baptism.

Since we are trying to establish that infant-baptism is a necessary outworking of Lordship, it is important to see the relationship between discipleship and baptism. A disciple is simply someone who has been brought into the organic kingdom of Christ. The question of regeneration, election, or the inorganic kingdom is a point I will soon address.

How does one go about making a disciple? Those who argue for believers' baptism only would insist that the process begins first with preaching the gospel to individuals and thus eliciting faith in them. Some might even assert that it involves teaching the law, since Christ said: "teaching them all that I have commanded." But the ordo salutis (order of salvation) is not necessarily the concern of this text. What is of concern is discipling, and the text makes clear that the process of discipling officially begins with baptism. Christ says, "Go therefore and make disciples of all the nations, baptizing them in the name of the Father and of the Son and of the Holy Spirit."

Some believers-only advocates might want to argue that the Great Commission actually justifies their theology since Christ is commanding us to make disciples, then baptize them and then teach them. But this rendering is incorrect. The assumption that we must first lead someone to faith before we can baptize, and then begin instruction in morality, is incorrect. Although in most cases, faith probably precedes baptism and instruction in righteousness, it is not necessarily the case. Many people have come to faith after baptism, not before. Moreover, the actual rendering of the text places no primacy on the order of salvation. Christ does not say make a disciple first, then baptize him, and then teach him to obey. He says that someone who has been baptized has become a disciple, after which the process of instruction begins in earnest. Regardless of the order, a person does not become an official disciple of Christ until he is baptized in the Name of the Triune God. Therefore discipleship, in that sense, begins with baptism.

How does this relate to infants? Christ wants all the nations to become His disciples. He wants disciple-nations, and the process of discipleship begins with baptism. Therefore, discipling the nations as nations means He wants them baptized corporately. The baptism of the nations is essential to the Great Commission. He simply will not accept the idea that the baptism of a few individuals here and there is in keeping with His commission. Christ wants the nations baptized in His name so that the nations might be organized into His kingdom and come under His direct administration.

Is It Possible?
At this point the critic may say that such a task is impossible. It is impossible because its universal scope hardly seems plausible, or that it is erroneous because such a view of the Great Commission turns baptism into a political sacrament, and thus would be no different from baptism by political coercion. It is impossible because we cannot expect the whole nation to be "born-again."

In the first case, the universal scope of Christ's commission is entirely plausible since it is not accomplished in our own strength. Christ made sure of that when He gave the disciples these comforting words: "and lo, I am with you always, even to the end of the age."

Second, when the Father promised the Son that He would "dash" the nations in pieces and "break them with a rod of iron," the Biblical language undeniably conveys some type of coercion; of that we need not apologize. Christ is Lord. As Lord He demands total submission — or you pay the consequences: total annihilation in this life and in hell. I realize this sounds harsh, but it is true. Nations that refuse to bow their national knee will be wiped away. The history of redemption is replete with examples.

Then again, although coercion plays a role, it is not the type that comes by humanistic means. It doesn't involve military means, manipulation, or economic repression. It comes by disarming the national philosophies of a nation through rhetoric, preaching, debate, teaching, instruction, and acts of love. It comes by engaging the cultural ideas at every level of the nation with the truth of the gospel, believing that over time the gospel will disarm and destroy all lofty speculation — so much so that the nation at every level will give itself over to Christ.

And finally, do we expect every citizen in every nation to become saved? Our answer must be clear: we can't. We cannot ensure that nations, let alone individuals will be "born-again." Even if we strategically execute the commission with great success, we can do nothing to save anyone. But Christ isn't asking us to do that. He is not asking us to make "elect" nations. He is asking us to make disciples of the nations — and this is an important difference.

Not every discipled nation is necessarily a society of elect individuals. Christ is not asking us to go and make regenerate believers. Although every born-again believer is a disciple, not every disciple is necessarily born-again. Of course, the ideal is a genuine salvation, and a regenerate society, but this is not what Christ is commanding. He is simply commanding that we work to expand His kingly influence over the affairs of the world, and that means we must make disciples of the nations — leaving the question of their regeneracy and election to Him.

Christ wants to extend His administration over every nation that He now owns. He is seeking to reverse the effects of Satan's reign. Making disciples of the nations by baptizing them and teaching them is the divinely decreed means by which Christ's reign advances throughout the world. Making the nations "covenantal" commonwealths is what the Great Commission is all about.

If this is true for nations, it is also true for all families, including the infants. If Christ owns the nations, does He not own all the families in the nations? And if He has commanded that the nations, as nations, should be baptized and instructed, irrespective of their election, then is this not true of all the infants in their respective families? Christ owns the families of the world. Christ owns every individual in the world. They are His by divine decree, by divine right, by divine inheritance. But He wants them in His kingdom. He is their Lord. The Great Commission presents the single greatest challenge to our individualistic view of Christianity and, therefore, if I have correctly interpreted the Great Commission, infant-baptism is a necessary consequence of Christ's sovereign reign.

Notes

1. Many cults have used this passage to establish the creaturely status of Christ. The phrase has nothing whatsoever to do with Christ's creation. As the Second Person of the Trinity, He has always existed. It is simply referring to His status as the rightful heir of the world.

2. Even if one argued that ethnos, the Greek word for nations, only refers to the "Gentile tribes," and therefore does not involve the modern concept of a social-political entity (thus dispensing with the idea that we need to disciple a nation's essential cultural institutions), there is still an essential "corporate-ness" to Christ's commission. If the nations, strictly speaking, are only Gentile tribes, then Christ wants the tribes as tribes discipled, meaning the whole tribe, and not simply "some out of" the tribe.

3. Dr. Kenneth L. Gentry Jr., The Greatness of the Great Commission (Tyler, Texas: Institute for Christian Economics), 54. It should be noted that Dr. Gentry explores this point further, by stating: "He calls His followers to 'make disciples of all the nations.' He does not merely say 'disciple all men' (although this lesser point is true also). In that case he would have chosen the Greek word anthropos, which would allow the reference to indicate men as individual humans, rather than as collected races, cultures, societies, or nations. Neither does He call for the discipling of 'all kingdoms' (basileia), as if He laid claim only to political authority."

4. Matthew Henry, Matthew Henry's Commentary on the Whole Bible (Old Tappan, NJ: Fleming H. Revell, n.d. [1721]), 5:446


Extraído de: http://chalcedon.edu/faith-for-all-of-life/marriage-and-family-a-reformed-look-at-husbands-wives-and-the-heritage-of-our-children-2/does-christ-own-your-children-rethinking-a-reformed-defense-for-infant-baptism/

terça-feira, 8 de junho de 2010

Não vamos esquecer…

papa

Carta do então cardeal Joseph Ratzinger, em 1985, reforça denúncias de que o atual papa não buscava a punição de religiosos envolvidos em casos de abuso sexual. Vaticano preferiu não se pronunciar sobre o conteúdo do documento
Uma carta datilografada em latim, datada de 6 de novembro de 1985 e com a assinatura do então cardeal Joseph Ratzinger, reforça as acusações de que a alta cúpula do Vaticano preferia encobrir os casos de desvios sexuais dos seus subordinados. O documento, obtido pela agência de notícias Associated Press, desmonta a versão apresentada pela Santa Sé de que o atual papa Bento XVI não bloqueou a remoção de padres pedófilos na época em que era responsável pela Congregação para a Doutrina da Fé.
"É preciso tomar o máximo de cuidados paternais que for possível"
Joseph Ratzinger - Papa Bento XVI
***
Uma carta assinada pelo papa Bento XVI, com data de 1985, quando ainda era cardeal, revela que ele sabia das acusações contra um padre da Califórnia acusado de abusar sexualmente de crianças. Mas ao invés de afastar o religioso, ele preferiu manter o crime encoberto.

Calvino nas Institutas da Religião Diz: “

A BLASFEMA DEPRAVAÇÃO DOUTRINÁRIA DOS PAPAS, CÉTICOS E INCRÉDULOS, A DESPEITO DE SUA PROCLAMAÇÃO DE QUE NÃO SÃO PASSÍVEIS DE ERRO
Mas se passarmos para as pessoas, sabemos sobejamente que gênero de vigários de Cristo vamos encontrar. Com efeito, Júlio, Leão, Clemente e Paulo serão colunas da fé cristã e os primeiros intérpretes da religião, os quais outra coisa não sustentaram acerca de Cristo, senão o que haviam aprendido na escola de Luciano. Mas, por que enumero três ou quatro pontífices? Como se, de fato, houvesse dúvida sobre que espécie de religião professaram já desde muito, e professam ainda hoje, os pontífices com todo o colégio de cardeais! Ora, o primeiro artigo dessa arcana teologia que reina entre eles é que não existe nenhum Deus; o segundo é que todas as coisas que de Cristo foram escritas e são ensinadas são mentiras e imposturas; terceiro, que a doutrina da vida futura e da ressurreição final são meras fábulas. Reconheço que nem todos sentem assim e
poucos assim falam. Entretanto, desde muito que esta começou a ser a religião ordinária dos pontífices. Embora isto seja muitíssimo notório a todos que conhecem a sé romana, os teólogos romanistas não cessam de blasonar que, por privilégio de Cristo, tomou-se cuidado para que o papa não possa errar, porquanto foi dito a Pedro:
“Orei por ti, para que tua fé não desfaleça” [Lc 22.32]. Pergunto, que benefício alcançam com motejarem tão impudentemente, senão que todo o mundo perceba que eles chegaram a extremo.”

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quarta-feira, 2 de junho de 2010

O que o Calvinismo crê sobre pedobatismo

AS CRIANÇAS QUE FALECEM SEM TER SIDO BATIZADAS, NEM POR ISSO INCORREM NA CONDENAÇÃO, COMO SE NÃO FOSSEM REGENERADAS

Com isso também se convence de erro aos que condenam à morte eterna todos quantos não são batizados. Suponhamos, pois, que, segundo o postulado desses, que somente aos adultos se deva ministrar o batismo: que dirão suceder à criança que é correta e adequadamente imbuída dos rudimentos da piedade, se, enquanto chega o dia do batismo, contra a expectativa de todos, se vê arrebatada por morte súbita? Clara é a promessa do Senhor: “quem ouve minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna; e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” [Jo 5.24]. Em lugar algum se achará haver ele condenado o ainda nãobatizado. Não gostaria que isso fosse entendido de minha parte como se eu concordasse que o batismo possa ser impunemente desprezado, desprezo que equivale violar o pacto do Senhor, o que para mim longe é de se tolerar. Só quero demonstrar que ele não é de tal maneira necessário que não seja justificável quem não o pôde receber, se tinha um impedimento legítimo. Em contrapartida, segundo a opinião destes, todos eles sem exceção alguma seriam condenados, ainda que tivessem fé, com a qual possuímos Cristo. E além do mais pronunciam culpadas de morte eterna a todas as crianças, às quais negam o batismo, o qual, por sua própria confissão, é necessário para a salvação. Vejam agora quão maravilhosamente se harmonizam com as palavras de Cristo, mediante as quais destina o reino dos céus a essa idade [Mt 19.14; Mc 10.14; Lc 18.16]. E ainda que nada haja que não lhes concedamos quanto respeita ao entendimento desta passagem, no entanto nada daí conseguirão, a não ser que, antes, subvertam o dogma que já foi por nós estabelecido acerca da regeneração das crianças.

Institutas da Religião Cristã – João Calvino – Livro IV – XVI - 26