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quarta-feira, 2 de junho de 2010

O que o Calvinismo crê sobre pedobatismo

AS CRIANÇAS QUE FALECEM SEM TER SIDO BATIZADAS, NEM POR ISSO INCORREM NA CONDENAÇÃO, COMO SE NÃO FOSSEM REGENERADAS

Com isso também se convence de erro aos que condenam à morte eterna todos quantos não são batizados. Suponhamos, pois, que, segundo o postulado desses, que somente aos adultos se deva ministrar o batismo: que dirão suceder à criança que é correta e adequadamente imbuída dos rudimentos da piedade, se, enquanto chega o dia do batismo, contra a expectativa de todos, se vê arrebatada por morte súbita? Clara é a promessa do Senhor: “quem ouve minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna; e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” [Jo 5.24]. Em lugar algum se achará haver ele condenado o ainda nãobatizado. Não gostaria que isso fosse entendido de minha parte como se eu concordasse que o batismo possa ser impunemente desprezado, desprezo que equivale violar o pacto do Senhor, o que para mim longe é de se tolerar. Só quero demonstrar que ele não é de tal maneira necessário que não seja justificável quem não o pôde receber, se tinha um impedimento legítimo. Em contrapartida, segundo a opinião destes, todos eles sem exceção alguma seriam condenados, ainda que tivessem fé, com a qual possuímos Cristo. E além do mais pronunciam culpadas de morte eterna a todas as crianças, às quais negam o batismo, o qual, por sua própria confissão, é necessário para a salvação. Vejam agora quão maravilhosamente se harmonizam com as palavras de Cristo, mediante as quais destina o reino dos céus a essa idade [Mt 19.14; Mc 10.14; Lc 18.16]. E ainda que nada haja que não lhes concedamos quanto respeita ao entendimento desta passagem, no entanto nada daí conseguirão, a não ser que, antes, subvertam o dogma que já foi por nós estabelecido acerca da regeneração das crianças.

Institutas da Religião Cristã – João Calvino – Livro IV – XVI - 26

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