Os pastores que usufruem maiores salários, especialmente, deveriam ser grandes na prática do bem. Dou-lhes, agora, apenas um exemplo. Há pastores que recebem bons salários de suas igrejas, e que não conseguem fazer um quarto do trabalho pastoral exigido. Sequer conseguem visitar pessoalmente metade de seu povo para sua instrução, pelo menos, uma vez por ano. Contentando-se com a pregação pública como se fosse tudo o que é necessário. Deixam quase todo o restante sem fazer, sob o risco da condenação de multidões, em vez de, recebendo pouco menos, permitir o sustendo de um ou dois pastores auxiliares, geralmente, trata-se de jovens inexperientes e não completamente qualificados para o trabalho; raramente são pastores aptos para cuidar do rebanho com fidelidade e diligencia, oferecendo a tão necessária instrução pessoal. O que significa tal situação, senão que há pastores que servem a si mesmos, vendendo a alma dos homens para salvar sua própria condição sócio-econômica? Tais pastores deveriam temer que, sendo aclamados pelos homens entre os mais excelentes pregadores e ministros piedosos, sejam vistos por Cristo como cruéis assassinos de almas - tendo os gritos das almas traídas a ressoar em seus ouvidos.
trecho extraído da Obra de Richard Baxter.